sábado, 23 de abril de 2011

Forças de segurança disparam contra funeral de manifestantes na Síria



AFP

Forças de segurança disparam contra funeral de manifestantes na Síria

Forças de segurança da Síria abriram fogo contra um cortejo fúnebre próximo à capital Damasco, deixando pelo menos sete mortos, neste sábado (23), segundo a agência de notícias Reuters.
 
Uma testemunha ouvida pela agência de notícias Associated Press disse que mais de 50 mil pessoas acompanhavam o cortejo fúnebre, quando as forças de segurança abriram fogo. As informações não puderam ser confirmadas pelas agências de notícias independentes porque a Síria expulsou jornalistas do país e restringiu o acesso a regiões problemáticas. A testemunha ouvida pela AP falou em condição de anonimato por temor a represálias.
 
Em Izraa, no sul do país, forças de segurança também dispararam contra pessoas que tentavam se unir ao cortejo fúnebre de vítimas que morreram pelos tiros de policiais sírios na sexta-feira (22). "Foram vários tiros em nossa direção, assim que nós chegávamos a Izraa para se unir ao funeral dos mártires", disse uma testemunha da cidade de Deraa à agência de notícias Reuters. Pelo menos três pessoas foram mortas.
 
Os confrontos de hoje ocorrem um dia depois que as forças de segurança deixaram mais de 80 mortos no dia de piores conflitos desde que manifestantes começaram a exigir a queda do presidente Bashar Assad.
 
De acordo com o grupo “The Syrian Revolution”, em seu site da rede social Facebook, 112 pessoas morreram na Síria na sexta-feira (22), após a violenta repressão do governo de Bashar Assad. A página divulgou a identidade das vítimas e disse que a maioria dos nomes foi confirmada.

Chamado de “A Grande Sexta-feira”, o dia teve manifestações contra o regime de Assad em vários pontos do país. Segundo ativistas de direitos humanos, muitas delas foram reprimidas a tiros pela Polícia e agentes civis.

 Novos protestos devem ocorrer neste sábado no funeral das vítimas de sexta. Cal Perry, correspondente da “Al Jazeera” em Damasco deve deixar o país a pedido do governo neste sábado.

A suspensão na quinta-feira (21), por parte do presidente Bashar Assad, do estado de emergência, em vigor desde 1963, não impediu a grande mobilização: dezenas de milhares de manifestantes se reuniram em Homs, 10.000 em Deraa, pelo menos 5.000 em Qamishli (noroeste) e milhares em Duma, perto de Damasco, segundo testemunhas. Os opositores consideraram a suspensão do Estado de emergência insuficiente.

Críticas

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse na sexta que a sangrenta repressão do governo sírio contra os manifestantes "tem que chegar a um fim agora" e acusou Damasco de procurar ajuda iraniana para reprimir seu povo.

Em declaração redigida de forma rigorosa, Obama condenou a violência mas não citou nenhuma potencial consequência por parte dos EUA caso Assad se recuse a atender as demandas.

As forças norte-americanas já integram uma campanha militar da Otan contra o líder líbio Muammar Gaddafi e os norte-americanos são cautelosos em um maior envolvimento militar numa região onde tropas dos EUA têm lutado longas guerras no Iraque e no Afeganistão.

No caso da Síria, Obama tem procurado manter a pressão sobre o governo para que responda positivamente à revolta, com poucos resultados até então.
*Com agências internacionais e "Al Jazeera"

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