terça-feira, 24 de julho de 2012

A influência da arquitetura na segurança

Segurança é uma preocupação não só aqui no Brasil, mas no mundo todo principalmente depois dos atentados de Setembro de 2001. Atualmente, quando o arquiteto projeta um empreendimento tem, claro, de se preocupar com a parte técnica, estética, comercial, financeira, produtiva, logística, recursos humanos e marketing, mas também precisa ter em mente a segurança empresarial.
A preocupação com segurança é inerente a cada negócio ou empreendimento, privado ou público. Seja um shopping center ou uma indústria, uma escola, clube, um condomínio comercial ou residencial. Todos os edifícios têm seus próprios problemas de segurança, assim como acontece em bancos, supermercados, hospitais e em outros tipos de organização especializada.

Com isto, o trabalho do arquiteto se complicou. Além da estética, legislação e uso dos edifícios é necessário o enfoque na segurança empresarial em aspectos como:
• Proteção a vida e integridade física das pessoas
• Proteção à propriedade
• Restauração das atividades normais em caso de sinistro
• Segurança das informações da empresa, ou seja, bancos de dados e sistemas informatizados
• Cuidado com os documentos, pensando na parte legal e no sigilo industrial

É muito importante que a área de segurança participe do projeto desde desde o início até a elaboração das plantas em papel, a segurança deve ser pensada previamente e não apenas depois da coisa pronta. Alguns profissionais, em especial, devem ser consultados e participar da elaboração dos planos, entre estes os responsáveis pela distribuição física e ocupacional, bem como os encarregados das áreas críticas como recepção, RH, almoxarifado, informática e correio

A idéia é determinar a metragem, equipamentos e instalações necessárias para abrigar a estrutura de segurança pensando em itens como, por exemplo, paredes, janelas e portas com blindagem balística e resistentes ao fogo além de sanitário, bebedouro e copa para os vigilantes, sem falar da parafernália de eletrônica e informática.

Cuidados com a iluminação e sistemas eletrônicos

A iluminação deve ser pensada com cuidado, analisando se os fachos de luz auxiliam ou prejudicam uma ronda no perímetro, se protegem a vigilância ou se a deixa em “posição de vitrine” por não conseguir visualizar a área externa. Mais alguns cuidados:
- Analisar a iluminação contínua e de reforço (para ser usadas em determinados momentos) nos acessos de veículos, de pedestres e de materiais;
- Iluminar as divisas e fachada
- Cuidar da iluminação de emergência
- Avaliar a necessidade de iluminação para o circuito fechado de televisão
- Prever energia elétrica suficiente e tubulação para suportar os equipamentos eletrônicos nos alarmes, controle de acesso, circuito fechado de televisão (CFTV), detectores de intrusão, sistema de detecção e combate ao incêndio

Pode ser preciso amparar estes sistemas eletrônicos por um no-break e um grupo gerador com partida automática, assim em caso de interrupção no fornecimento energia elétrica o sistema de segurança não para de funcionar. Ainda em relação à iluminação, o arquiteto precisa cuidar das forrações de pisos e paredes, analisando a absorção de luz destes materiais em relação a luminosidade para o projeto de CFTV

Dimensionamento físico

É preciso saber quantos acessos diários ao edifício estão previstos, com suas respectivas localizações e horários de funcionamento. Com base nestes dados deve-se fazer o dimensionamento do efetivo humano e dos sistemas físicos e eletrônicos.

Cuidado especial deve ser dado aos acessos de pedestres, veículos e de materiais, analisando as localizações e os horários. Com isto, pode-se saber o local e a forma de fechamento dos acessos, determinando quais barreiras utilizadas -- muros, grades, alambrados e outros.

As janelas que estarão em altura acessível precisam ter sua segurança reforçada, usando vidros e caixilharia resistentes e, se necessário, com alarmes e segurança eletrônica.
Os locais de estacionamento de veículos devem ser planejados tanto para os visitantes quanto para os moradores e e as pessoas que trabalham no local, e deve-se decidir se o estacionamento será administrado localmente, terceirizado ou misto. É bom prever também como será o estacionamento do prestadores de serviço fixos e temporários, onde será a área para carga e descarga de carros e caminhões, para estacionamento do carro forte, caso esteja previsto a existência de posto bancário e / ou caixa automático.

Com estas informações em mãos, será possível prever a segurança necessária para cada área, bem como o fluxo destas pessoas no empreendimento.

Paisagismo

Além da iluminação e do estudo das áreas construídas, o paisagismo também influi na segurança. O responsável pelo paisagismo deve determinar o tipo de vegetação, sua altura e localização, pensando se faz sombra e se permite a alguém se esconder. O paisagismo não deve interferir com o circuito fechado de televisão, e a iluminação de segurança também deve ser analisada em relação ao paisagismo.

Circulação

Uma das partes mais importantes não só do projeto de arquitetura mas também do projeto dos sistemas de segurança. O arquiteto deve pensar cuidosamente como será o funcionamento dos elevadores e escadas de uso rotineiro e de emergência, analisando sua localização e respectivos controles.

Os elevadores fazem parte importante não só da segurança patrimonial mas também da pessoal, principalmente quanto a sinistros. Os elevadores podem ser panorâmicos ou internos, e deve-se pensar quais andares serão atendidos pelas escadas e elevadores, assim quais serão as rotas de fuga no caso de incêndio.

Planificar a localização das catracas e pontos de leitoras e botões de destrave do sistema de acesso, dos pontos de concentração da parte de equipamentos numa central de segurança.

Cuidados Extras

O funcionamento interno da edificação deve ser previsto até em coisas rotineiras como quem será o responsável pela parte dos malotes e por onde eles circularão, isto é, como será o fluxo interno de correspondência e encomendas, como será o acesso dos portadores (próprios ou terceirizados).

Outro cuidado em que o Arquiteto precisa se apoiar em outros profissionais é saber quem será o responsável pelo layout interno dos andares (áreas comuns e privativas), como será o sistema de fechar e trancar as áreas, como será determinada a altura das divisórias e o tipo das estações de trabalho e equipamentos de hardware.

O mais interessante e eficiente é poder dimensionar toda a segurança humana e eletrônica, prever todo o orçamento necessário e poder dimensionar o investimento em fases, de acordo com o recurso disponível, ou seja traça-se um cronograma de implantação que coincida com o cronograma financeiro.

Como se vê, a preocupação com a segurança tornou o trabalho do arquiteto bem mais complexo, e ele precisa cada vez mais aprender a trabalhar em equipe, recebendo auxílio não só de outros profissionais técnicos mas também da equipe que administrará e usará os espaços que projeta.


Por: Arq. Iberê M. Campos

Supervírus de computador ataca infraestrutura iraniana

Supervírus de computador ataca infraestrutura iraniana

Usina de Isfahan no Irã
O alvo do vírus poderia ser instalações nucleares do Irã
Um tipo de vírus de computador, dos mais sofisticados já detectados, pode ter como alvo infraestrutura iraniana de "alto valor", segundo especialistas ouvidos pela BBC.
A complexidade do malware Stuxnet, programa que permite o acesso remoto ao computador infectado, sugere que ele deve ter sido criado por algum governo nacional, de acordo com alguns analistas.
Acredita-se que o vírus seja o primeiro especialmente criado para atacar infraestruturas reais, como usinas hidroelétricas e fábricas.
Um pesquisa da Symantec, empresa americana de segurança informática, sugere que quase 60% de todas as infecções mundiais ocorrem no Irã.
"O fato de que vemos mais infecções no Irã do que em qualquer outro lugar do mundo nos faz pensar que o país era alvo", diz Liam O'Murchu, da Symantec.
O Stuxnet foi detectado por uma empresa de segurança de Belarus em junho, embora esteja circulando desde 2009 e vem sendo intensivamente estudado desde então.
Máquinas
O Stuxnet, ao contrário da maioria de viroses, não está conectado com a internet. Ele infecta máquinas Windows por meio de portas USB e pen drives usados para transportar arquivos.
Uma vez que infecta uma máquina da intranet, a rede interna, da empresa, o vírus busca uma configuração específica de um software para controle industrial feito pela Siemens.
O Stuxnet passa então a dar à máquina novas instruções "desligando motores, mexendo no monitoramento de temperaturas, desligando refrigeradores, por exemplo", diz O'Murchu.
"Nunca vimos este tipo de ataque antes", diz ele.
Se não encontra a configuração específica, o vírus permanece inofensivo.
‘Nação-Estado’
O Stuxnet impressiona pela complexidade do código usado e por usar muitas técnicas diferentes.
"Ele apresenta muitas tecnologias que não conhecemos", disse O'Murchu, que cita as formas de se manter escondido em pen drives e os métodos de infecção.
"É um projeto enorme, muito bem planejado e financiado", diz ele.
Sua análise é similar a de outros especialistas.
"Com as provas que temos, é evidente e provável que o Stuxnet seja uma arma de sabotagem direcionada, que contou com informações de membros da indústria", disse o especialista em Tecnologia da Informação industrial Ralph Langner em artigo publicado na internet.
"Não se trata de um hacker trabalhando no porão da casa dos pais. Ele tem uma quantidade incrível de códigos apenas para infectar outras máquinas", diz ele.
"Para mim, os recursos necessários para realizar um ataque destes apontam para um governo", diz ele.
Usina nuclear
Langner sugeriu que o Stuxnet pode ter atacado a usina nuclear de Bushehr.
O especialista afirma que uma foto supostamente tirada na usina sugere que esta usa sistemas da Siemens, embora "não configurados ou licenciados corretamente".
Outros especialistas especularam que o vírus pode estar atacando a usina de enriquecimento de urânio de Natanz. Mas O'Murchu e outros dizem que não há evidências de quais seriam os alvos específicos.
Um porta-voz da Siemens disse que empresa não comentaria "especulações sobre o alvo do vírus", afirmando que a usina iraniana foi construída por uma empresa russa, sem qualquer envolvimento de sua companhia.
"A Siemens deixou o país há quase 30 anos", disse ele.
O'Murchu apresentará um estudo sobre o vírus em uma conferência em Vancouver, Canadá, em 29 de setembro.