quarta-feira, 16 de março de 2011

Seg. Patrimonial - Onde começa e acaba a segurança

Certos cuidados tomados pelos moradores podem ajudar a garantir a tranquilidade no condomínio. Câmeras e circuito interno de TV são essenciais para afastar os criminosos.

Conforto e lazer não são os únicos atrativos que levam as pessoas a optar pelos condomínios fechados. Na hora de adquirir um imóvel, as famílias também levam em conta a segurança. Afinal, o índice de violência nos grandes centros urbanos do país está elevado. Por isso elas apostam nas tecnologias avançadas implantadas nos condomínios, como câmeras de TV, cercas elétricas e guaritas que controlam o acesso de visitantes.

Mas isso não é tudo. Os moradores também precisam fazer a sua parte para tornar mais segura a vida da coletividade. É um equívoco achar que a responsabilidade pela tranquilidade cabe apenas aos síndicos. Há, na verdade, um conjunto de normas de segurança que precisam ser respeitadas, como, por exemplo, não deixar as chaves de casa ou do apartamento com os funcionários, informar ao zelador os períodos de afastamento e não permanecer do lado de fora da portaria em horários impróprios. São ações que dificultam a atuação dos criminosos.

Augustus Bruno von Sperling, presidente do Sindicato das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança do Distrito Federal (Siese-DF), afirma que, no caso dos condomínios horizontais, existe uma falsa sensação de segurança até a primeira casa cair. “O brasileiro tem o mau costume de fechar a porta tarde demais. Hoje, os condomínios se assemelham a uma cidade. São muitos serviços, entregadores, empresas, e o porteiro acaba perdendo o controle. Às vezes alguém chega bem apresentado e ele se sente constrangido de frear o acesso”, observa.

As modernas tecnologias são importantes e complementam as funções dos porteiros e vigias, diz Augustus Bruno. “A forma como a pessoa se apresenta, se posiciona e pergunta: 'a senhora está indo aonde?' é muito mais inibidora que qualquer equipamento. Agora, se a sua casa for a última, o funcionário não enxerga, então, a câmera vai registrar eventos que ocorrerão lá. O sistema eletrônico tem outra vantagem: não se distrai. Tudo pode falhar e tudo pode funcionar”, avalia.
O presidente do Siese-DF acha que o ideal é estabelecer um projeto de segurança, mas é preciso ter cautela na hora de escolher quem prestará o serviço. “Existe uma lei distrital (n° 3.914/2006) que rege as empresas de instalação, manutenção e monitoramento de sistemas de alarmes e filmagens. As organizações que oferecem serviços de segurança eletrônica no DF precisam ser  registradas na Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) e no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Distrito Federal (CREA-DF)”, informa.

O certo é o síndico ou o responsável pela contratação verificar se a empresa está registrada na SSP. “A secretaria checa as instalações, faz um levantamento da ficha criminal dos funcionários, desde o proprietário até a pessoa que faz o cafezinho. É importante saber quem trabalha na empresa. A parte legal é o primeiro passo. Se (as empresas) estiverem aptas, recebem certificado”, completa o presidente.
Na dúvida, porteiros e vigilantes devem agir
Ana Paula Faure, hoteleira da H.Plus Administração e Hotelaria, destaca que segurança é cara e nunca infalível. “A busca da eficiência é o máximo de investimento em prevenção. O binômio treinamento/tecnologia é o instrumento. Administramos oito condomínios hoteleiros em Brasília e semestralmente fazemos diagnóstico e treinamento em segurança. O diagnóstico é feito por um profissional da área de segurança, desconhecido dos condomínios, que faz visitas, inicialmente sem se identificar. A partir daí acrescentamos itens ao programa de treinamento”, conta.

Ana Paula reforça que existe uma regra básica para todos os envolvidos. “Porteiros, vigilantes, recepcionistas devem pecar pelo excesso preventivo na questão da segurança. Na dúvida, agimos, abordamos, convocamos outros colaboradores e, em casos mais agudos, chamamos a polícia”, esclarece.

Ela acrescenta que os equipamentos de segurança ainda são fundamentais. “É preciso câmeras de segurança e sensores de presença nos pontos mais remotos, que devem gravar e manter a gravação por no mínimo 30 dias, com registro de dia e hora. E ter constante acompanhamento em monitores na central de segurança do condomínio”, finaliza.

A Brasil Inteligência em Segurança (BIS) oferece sistema de segurança, desde a elaboração do projeto às instalações e controle. “Primeiro analisamos a vulnerabilidade de invasão. Para sabermos quantas câmeras vai precisar, avaliamos, por exemplo, locais por onde uma pessoa pode entrar. Estudamos os riscos internos, porque acontecem roubos por funcionários. Além de cofre, é importante câmeras no caixa e sensores de alarmes”, defende Ywstter Moura, diretor da Bis Tecnologia.

Os condomínios verticais e horizontais têm três premissas, afirma Ywstter: “pessoas treinadas, sistema eletrônico e processos”, enumera. “Só equipamento não garante. Não adianta encher o condomínio de câmeras se o morador não tiver os cuidados necessários. Não adianta porteiro para ficar ajudando os condôminos e deixando a guarita sozinha”, condena. O diretor reforça que síndicos e administradoras devem adotar planejamento adequado e os sistemas não podem ser comprados como qualquer produto.

Tânia de Almeida Ferreira é síndica há oito meses em um condomínio de Sobradinho. Ela conta que contratou uma empresa para monitorar o sistema de segurança. “Instalamos câmeras em todos os locais. Temos vigilantes que trabalham dia e noite. Na portaria, tiramos foto das pessoas na webcam. Dessa forma, o porteiro monitora os visitantes”.


Fonte: Mais Comunidade

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