Folha de S.Paulo
WASHINGTON - Um sepultamento no mar marcou o desfecho ontem do terrorista Osama bin Laden, 54 anos, morto com dois tiros na cabeça no Paquistão após quase dez anos de buscas pelos EUA."
Além de evitar a criação de um ponto de "peregrinação", a decisão de levar o corpo ao mar foi creditada ao curto período de tempo entre o fim do ataque e a conformidade com rituais islâmicos. Segundo os EUA, foram executados ritos religiosos no navio USS Carl Vinson, no mar da Arábia.
A operação, que culminou ontem com um ataque noturno à mansão do saudita no Paquistão, surgiu em 2007. O presidente americano Barack Obama foi avisado em agosto de 2010 de que a agência possuía uma pista quente sobre o paradeiro do saudita. A CIA achou em seguida a casa do mensageiro de Bin Laden, uma mansão de U$ 1 milhão em Abbottabad, a cerca de 50 km da capital paquistanesa.
O local tem muros de quatro metros de altura, arame farpado e câmeras. A estrutura não se justificava para a proteção de um mensageiro, que não teve o nome divulgado.
Obama autorizou o ataque na última sexta-feira. Dois helicópteros Black Hawk decolaram por volta de 0h30 de ontem, de uma base no Afeganistão. Ao chegarem à mansão o primeiro helicóptero foi alvo de um disparo de lança-foguetes e teve que fazer um pouso forçado.
Vinte militares invadiram a mansão, que não tinha telefone nem internet. O mensageiro, seu irmão, e um filho de Bin Laden foram mortos. O saudita foi encurralado no último andar do edifício e morto. John Brennan, conselheiro de Obama, disse que ele usou uma de suas esposas como escudo humano; mais tarde, fontes da Casa Branca negaram que se tratasse da mulher de Bin Laden.
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