quinta-feira, 3 de março de 2011

Segurança em Hospitais

Introdução
As instituições de saúde, principalmente os hospitais, são freqüentemente vítimas de ataques externos e internos, com ações praticadas tanto por marginais ou quadrilhas quanto pelos próprios funcionários e visitantes. Os delitos vão desde o furto de medicamentos, em especial psicotrópicos, passando pelo roubo e troca de recém nascidos, até resgate ou mesmo assassinato de presos ou bandidos internados. A necessidade de manter as portas abertas 24 horas por dia é um dos maiores problemas para garantir a segurança de pacientes, funcionários, visitantes, além do próprio patrimônio da instituição. Para facilitar a entrada de pacientes e familiares, a utilização de barreiras físicas, como catracas para controlar o fluxo de pessoas, não é uma prática recomendada para as instituições de saúde, o que, de certa forma, dificulta o combate a delitos. Entretanto, enquanto em alguns pontos a entrada e a saída devem ser liberadas para qualquer pessoa a qualquer horário, em outros é possível limitar o acesso a grupos específicos de pessoas e em horários controlados, como é o caso de berçários, UTI’s e farmácias. Independente do porte do estabelecimento, a prevenção é sempre a melhor medida. Nesse caso, os hospitais, clínicas e laboratórios devem investir continuamente em segurança, seja em tecnologia e equipamentos ou mão-de-obra especializada, como vigilantes, porteiros e recepcionistas. O que vamos ver nesse fascículo está relacionado ao que existe de melhor no
mercado para garantir a segurança e a integridade física e moral de pacientes, visitantes e funcionários, bem como do patrimônio da própria instituição. Acompanhe!
Estrutura ideal
Pelas próprias características de um hospital, cujas  portas devem permanecer abertas 24 horas por dia, o vigilante pode ser considerado o elemento principal do sistema de segurança. O profissional da área de vigilância deve monitorar atentamente os principais acessos, elevadores, berçários, UTI’s e farmácias ou depósito de medicamentos. Como terá contato direto
com o público, lidando com situações de estresse comuns em hospitais, o vigilante deve estar
emocionalmente capacitado a atender da melhor forma possível as pessoas, evitando
constrangimentos e situações que podem colocar em risco a segurança do local.
Apesar de o vigilante ser peça-chave no sistema de segurança de um hospital, algumas medidas podem contribuir para evitar maiores problemas. O cadastramento de visitantes é sempre uma boa estratégia para garantir a segurança, inibindo a ação de assaltantes ou seqüestradores. Em áreas específicas, como berçários, UTI’s e farmácias, além da presença do vigilante, é recomendado o monitoramento de imagens, além da restrição do acesso somente a pessoas
autorizadas. Nesse último caso, é aconselhável o uso de sistemas de controle de acesso de pessoas com o uso de cartão, ou de tecnologias mais sofisticadas que utilizam a biometria, com avaliação das impressões digitais ou da estrutura das mãos e da face.
Tecnologia
O investimento em um projeto de segurança para hospitais deve ser otimizado, com os custos direcionados para unidades cruciais dentro da instituição. Na área de sistemas eletrônicos, por exemplo, há uma grande variedade de tecnologias e equipamentos disponíveis no mercado que podem auxiliar na segurança. Os circuitos fechados de TV (CFTV), por exemplo, com câmeras colocadas em locais estratégicos, permitem, por meio do monitoramento de imagens, registrar o fluxo de pessoas dentro de um hospital, além de serem sempre um fator inibidor de ações criminosas. Há ainda opções mais básicas, que permitem controlar o acesso de pessoas e o fluxo nos elevadores, botões de pânico, entre outros, e sistemas eletrônicos mais modernos, que possibilitam a identificação de pacientes e recém-nascidos. Veja alguns exemplos de tecnologias que podem ser utilizadas em hospitais para garantir a segurança interna:
Pulseira com código de barras
O dispositivo é colocado no braço de cada paciente e a leitura do código de barras é feita com um palmtop; A pulseira permite maior controle sobre o enfermo, com a possibilidade, inclusive, de rastrear o usuário mesmo em deslocamento;  Os médicos também podem usá-lo para verificar as informações
contidas em um prontuário. Dessa forma, tem-se maior precisão no momento de consultar um remédio e conferir os medicamentos já tomados; O aparelho impede que haja, por exemplo, troca de bebês na maternidade, além de reduzir os riscos de erros médicos.
Câmera instalada nos berçários
A idéia é que as mães possam acompanhar de seus quartos como seus filhos estão sendo O aparelho instalado em cada berço também pode ser útil para que o hospital acompanhe o trabalho executado no local e possa melhorar o serviço prestado; O monitoramento daria a sensação de segurança
às mães que costumam temer o roubo ou troca de bebês. Em alguns estabelecimentos, já é possível encontrar serviços como o de controle compartilhado do estado de saúde do paciente, em que, por meio de uma senha de acesso à internet, os familiares podem obter informações sobre o estado do paciente. Isto evita o número excessivo de visitações e, conseqüentemente, o risco de transmissão de agentes patológicos.
A preparação do vigilante deve ser a maior preocupação na hora de montar o esquema de segurança de um hospital. Por não poder contar com alguns equipamentos e armas, seu papel deve ser focado na observação e no bom trato com as pessoas. Ele deve estar atento para
zelar, principalmente, pela proteção dos médicos, funcionários e usuários. Veja as principais características e diferenças desse profissional de acordo com a posição que ocupa.
O vigilante de Pronto-Socorro
Sua atuação deve ser discreta e voltada para atender bem ao público; Deve estar bem instruído, fornecendo às pessoas informações corretas sobre o funcionamento do hospital; Não deve portar arma de fogo. Sua principal arma é a observação. Seu papel é manter o ambiente tranqüilo e detectar pessoas que estejam no local sem o devido registro ou permissão; Durante o processo de seleção, o candidato ao posto deve passar por teste emocional ou de personalidade. O vigilante precisa estar preparado para receber ofensas sem reagir. Freqüentemente, ele irá passar por situações com certo grau de tensão, o que lhe exigirá equilíbrio emocional.
O vigilante da entrada principal
Nessa posição, o vigilante deve estar com uniforme para inibir a entrada de pessoas que não estão enfermas ou visitando um paciente deve estar preparado para fornecer informações educadamente. É
imprescindível que saiba, por exemplo, a localização de cada unidade.
O vigilante das unidades
Com acesso restrito (ex: UTI e maternidade) Deve ter uma posição firme e de respeito; Deve cumprir (e fazer com que cumpram) com rigor as normas estabelecidas de acesso e horário;
É importante que esteja instruído para não abrir exceções e preparado para não se envolver com apelos
sentimentais ou subornos.
As regras de segurança dentro de um hospital devem ser distintas para
cada unidade de tratamento, sendo algumas específicas para o Pronto-
Socorro e outras para os demais setores.
Normas de Segurança
Pronto-Socorro
O acesso é totalmente livre para a sala de espera;
Os vigilantes devem estar posicionados para detectar anormalidades e preservar a ordem;
Deve haver uma recepção para orientação e controle O acesso de visitantes deve ser restrito a um período do dia;
Todos os pacientes e seus acompanhantes autorizados devem ter um cadastro na portaria contendo informações sobre documento de identidade, horário e data de entrada e previsão de saída.
Entrada para as unidades
Cada unidade deve ter normas específicas de acesso, como horário e pessoas autorizadas;
Alguns locais,  como sala de operações e farmácias, devem ser restritos a determinados funcionários;
Os acessos às unidades de tratamento, como UTI e maternidade, devem ter restrições de horários e
número de pessoas.
Farmácia
Atualmente, a farmácia é uma das áreas mais visadas dentro de um hospital, seja por assaltantes ou pelos próprios funcionários das instituições. Há pesquisas que revelam um grande número de dependentes químicos dentro do próprio corpo de funcionários de um hospital. Pelo alto custo dos medicamentos, as farmácias também acabam sendo um dos principais alvos dos assaltantes.
O ideal é que o acesso à farmácia seja restrito a um grupo de funcionários, com fluxo de entrada e saída de pessoas, controlado por sistema de leitura de cartão ou biometria, além de monitoramento de imagens.
Dica
Além da infra-estrutura tecnológica, é recomendável fazer o levantamento histórico-criminal dos funcionários e controlar atentamente o acesso de pessoas às instalações, como fornecedores e prestadores de serviços.
Situações mais comuns:
A maior vítima de violência em um hospital é o funcionário,
principalmente o médico. A necessidade de garantir a segurança
desses profissionais é um tema debatido em todo o mundo, mas no
Brasil o debate ainda é prematuro. Pesquisas apontam que a violência
nesses ambientes pode comprometer o serviço de saúde prestado a
toda sociedade. Em Portugal, um estudo realizado em 2004 apontou que
os profissionais que sofreram agressões:
Tinham menor satisfação profissional e sentiam maior pressão no trabalho;
Faltaram mais ao trabalho;
Sofreram mais acidentes de trabalho.
 Tipo de violência mais comum:
Agressão verbal, violência física, Pressão moral, violência contra a propriedade privada, Discriminação, Assédio sexual.
Grupo mais atingido
Médicos, Enfermeiros, Pessoal administrativo, Auxiliares médicos, Profissionais da segurança.
Principais agressores
Doentes, acompanhantes de pacientes, profissionais de saúde.
Na Suécia, um país onde se imagina que estes episódios ocorrem com menor freqüência, cerca de 24% dos casos relatados de violência no local de trabalho ocorrem no setor da saúde, mais do que nos serviços prisionais, polícia e comércio. Um estudo realizado apontou também que a elevação dos custos com saúde está diretamente ligada à escalada da violência nesses ambientes.
Contratação de uma empresa idônea, uso de novas tecnologias e monitoramento de alarmes e imagens são essenciais para garantir a segurança dos pacientes, funcionários e do patrimônio de uma instituição de saúde. No momento de contratar uma empresa de segurança, é imprescindível averiguar se esta cumpre com todas as exigências legais do órgão regulador, no caso a Polícia Federal, e está em dia com as obrigações fiscais e trabalhistas. O CRS (Certificado de Regularidade em Segurança), certificação criada pelo sindicato do setor (SESVESP), é uma boa forma de comprovar a idoneidade da empresa contratada.

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