Para aumentar a segurança na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos
de 2016, o governo federal quer permitir que policiais trabalhem durante o horário de folga.
De acordo com reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, existe um grupo
escalado pelo Ministério da Justiça para trabalhar pela adequação da legislação para
autorizar o "bico" policial.
Coordenador da comissão do governo para a segurança da Copa e da Olimpíada,
Alexandre Aragon é um dos defensores da contratação de policiais para os eventos
esportivos. "A maior parte das corporações policiais concorda que a utilização
desses profissionais permite uma integração maior entre os sistemas privado e
público, uma vez que eles já conhecem a doutrina", disse Aragon, que ressaltou que
não é uma "liberação irrestrita do segundo emprego" aos policiais.
Para o Mundial, a Fifa exige que a segurança dentro dos estádios seja feita por
empresas privadas. Nesse modelo, a Polícia Militar controlaria as vias públicas.
Para evitar a legalização do bico policial no país, o governo estuda uma saída
jurídica para liberar o trabalho policial na hora de folga, apenas nas "atividades
relacionadas ou vinculadas ao evento", declarou Aragon.
Não existe legislação federal que regule o segundo emprego dos policiais. O bico
hoje é proibido pelos estatutos das corporações, que exigem dedicação exclusiva.
Mesmo assim, estima-se que 60% a 80% dos policiais têm outra atividade quando
estão fora do trabalho, a maioria na área de segurança privada. As estimativas são de
pesquisadores que se debruçaram sobre a rotina policial e de associações que
representam a categoria.
O plano de legalizar o bico policial não é unânime. Adelar Anderle, coordenador de
Controle de Segurança Privada da Polícia Federal e responsável pelo treinamento dos
vigias para a Copa e a Olimpíada, prefere usar seguranças desempregados.
Fonte: UOL Esportes
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